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O Rapaz Perdido, de Thomas Wolfe

06/04/2011

Thomas Wolfe foi um escritor norte-americano nascido em 1900. Apenas escreveu quatro livros, mas tornou-se famoso pelas suas inúmeras narrativas breves, das quais se destaca O Rapaz Perdido (1937).

O Rapaz Perdido é uma história sobre o irmão mais novo do escritor, Grover, que morreu com febre tifóide quando era criança. O livro está dividido em quatro capítulos e cada um deles é uma perspectiva dos membros da família sobre Grover.

O primeiro capítulo é narrado na terceira pessoa, não tendo referências a quem essa pessoa seja exactamente. Descreve Grover, a sua cidade e o episódio em que o dono da loja de chocolates o acusa de ter roubado os selos que usou para pagar os doces.

O segundo capítulo é narrado pela mãe do rapaz, 30 anos passados da sua morte. Descreve a viagem de comboio que fizeram até à feira, ela mais os filhos. Elogia a maturidade de Grover, que passa grande parte da viagem sossegado a olhar para a janela, em relação aos seus irmãos, que não param quietos.

O terceiro capítulo é narrado pela irmã de Grover, também passados 30 anos da sua morte. Relata o episódio em que ela e Grover deambulam pela baixa da cidade em St. Louis (onde passaram uns meses) e comem num restaurante barato. A irmã já nota que Grover estava doente.

O quarto capítulo é narrado por Eugene, irmão mais novo de Grover, que vai a St. Louis para encontrar a casa que foram deles, onde o seu irmão morreu. Nos 30 anos que se passaram, Eugene tornou-se um escritor famoso. Chega a encontrar a casa, onde morava uma senhora, que o deixou ver o quarto onde Grover morrera.

O mais impressionante nesta história é a escrita de Wolfe, cheia de sentimento e de emoção. A escrita de Wolfe toca-nos, ficamos comovidos com a história, com pena de Grover, com compaixão pelos seus familiares. De notar também que Thomas Wolfe teve a perspicácia de mudar a linguagem em cada capítulo, de modo a adaptar-se a cada personagem.

Este é um livro extraordinário e que deve ser lido.

*Na imagem: Thomas Wolfe.
**Sim, eu sei que falhei na tentativa de descrever a escrita de Wolfe: é árduo de se fazer, porque só lendo é que se pode apreciá-la.
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